27 março 2008

Aniversário

Hoje é meu aniversário.
Vestidinho amarelo, sai de casa cheia de esperanças, companhia agradável = dia perfeito de céu azul!! Sim, sim o céu estava de um azul inesquecível. Momys o dia ao seu lado foi muito agradavel, obrigada por fazer a data do meu aniversário especial.
"Ter nascido me estragou a saúde."
Clarice Lispector
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Eu nunca fui uma das pessoas mais avessas a aniversários, eu até que gosto. Mais não se pode negar o peso que existe em trocar de idade. Não há como evitar o fatídico balanço anual, que não examina apenas o último ano de vida, mas a vida inteira, mais ou menos parecido com aquele que se faz no reveillon. E a criatura mais impiedosa nesta avaliação é invariavelmente o aniversariante, que insiste em focar nos tropeços e esquece dos saltos bem-sucedidos. Há se ter foco nos tropeços sim, mas de forma a traçar estratégias para que eles não mais aconteçam. Só que a grande vantagem de se fazer aniversário é que não importa o quanto você seja exigente consigo, seus amigos estão por perto para amenizar o peso da bigorna Acme que lhe cai sobre a cabeça. O carinho das mensagens, os abraços, a felicidade de estarem com você, longe ou perto, dizem uma coisa muito importante: você tem bons amigos e a gente é tão bom quanto os amigos que tem.
Muito obrigado a todo mundo que deixou scrap, comentários, ligou, bateu à porta. Senti o abraço de todos vocês. E foi bom.
Eu ganhei uma festinha surpresa dos amigos mais que especiais - Bê, Fê e Barbara, people obrigada por compartilharem a vida comigo e fazer dos meus dias os melhores possiveis AMO vocês meus queridos.

26 março 2008

Carta de amô confusa.


Eu sei que todas - existirá exceção? - as cartas de amor são ridículas. Sobretudo em um mundo, esse, no qual apesar da incessante carência de afeto, cumplicidade, lealdade etc, cada pessoa está engajada superficialmente em gozar, sair por aí emitindo fluídos e humores. Não sou contra: eu gosto de emitir e absorver fluídos corporais. Eu gosto da lambança e acho que, nas horas em que o corpo se manifesta em todo o esplendor do seu prazer (viu? até pra falar de phoda, o ridículo se faz presente), assepsia, limpezinha, enfim, não dá, porque tudo sua, tudo escorre e nesse transbordamento todo reside a graça. Graça, aliás, que é beleza em movimento e, uh, como tudo se movimenta.

Ok. Não é porque a lambança é boa - por menos que o digam algumas instituições religiosas - que ela vem destituída de amor.

Ah sim. Era pra dizer que, desse jeito meio atabalhoado, eu não gozo de tão boa saúde mas que ando aproveitando cada segundo, estou feliz e parte disso tudo é porque eu sou uma moça que ama e segue a vida com a paixão renovada.


Ps. Amanhã é meu aniversário!! Como esse dia promete. =D


23 março 2008

Déjeuner sur l'herbe

Um pouco de sono me pesando de leve os olhos. Logo terei que usar óculos, talvez uma armação branca, pra dar moldura clean à minha cegueira.
Sexta-feira escrevi uma carta de amor, ridícula como sói só a elas. Hoje passei o dia entre bocejos e uma alegria que me revirava de prazer as entranhas, uma alegria egoisticamente sentida, como um maço de dinheiro que se tirasse do bolso de vez em quando, para contar as cédulas novas e voltar a guardá-las no bolso. Peguei dez reais e fui ao café da esquina: comi um pão de queijo, uma fatia de cheesecake, tomei um espresso e uma água.
Depois peguei o ônibus para voltar para casa.
Essa é minha vida, nesse ínicio fabuloso de confusões...

20 março 2008

Instruções para chorar.

Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não pentre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente.

Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas e nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca.

Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.
(Júlio Cortazar, in Histórias de Cronópios e de Famas, p. 6, ed. Civilização Brasileira)

16 março 2008

Um bom dia.

Não sei como ele foi parar lá, mas acordei hoje com meu celular vibrando nas minhas costas. 7 e 10 da manhã, um amigo, me chamando para tomar café na cidade, sob as palmeiras que servem de guarda-sol lá pras bandas do Jardim botânico. Não costumo acordar tão cedo da manhã (num domingo), mas como o sol estava uma beleza, me disfarcei de gente e fui. Aquele bairro, assim como eu, é muito devagar a esta hora da madrugada, o que faz dele uma delícia. Sem buzinaços nem a piazada barulhenta da noite, tudo acontece com mais calma e eu gosto de ver gente sem pressa, restaura a minha fé na humanidade. Ah, o sol.

06 março 2008

Tristeza não tem fim, felicidade sim...

Estive pensando sobre o impossível. É impressionante como tenho o dom de desejar aquilo que não posso. Ataque de loucura, olhando fotos, fui capaz de enfiar a mão com força na tela do computador tentando trazer pra perto de mim o impossível.
Uns dias atrás, eu citei Sartre para falar sobre escolhas. É tão triste para mim não ser capaz de ter força em algumas escolhas, não conseguir mesmo sabendo que está tudo errado. Eu preciso seguir sem lembrar de mais nada!!
"O teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer e o meu poesia de cego, você não pode ver... O nosso amor a gente inventa!!!" Coração que sente eterna saudade, que deseja mas não pode.
Vai... segue teu caminho, boa sorte!
* Guarde contigo a lua que um dia eu te dei...